Você sabe o que é demissão silenciosa ou quiet quitting? A resposta não se dá ao fato da pessoa pedir demissão ou ser desligada de uma forma discreta, silenciosa, ou sem que ninguém saiba. A demissão silenciosa acontece quando a pessoa se sente desmotivada, executa suas atividades com pouco empenho, e faz apenas básico para não ser demitida.
Quando a empresa percebe que isso está acontecendo precisa rever a sua cultura, o estilo de liderança, as competências socioemocionais do colaborador e investir em ferramentas que possam apontar o que precisa ser feito para minimizar essa situação.
Neste conteúdo, vamos conhecer sobre o que é a demissão silenciosa, sua relação com a saúde mental e como as organizações podem agir para reduzir esse problema cada vez mais comum no mercado de trabalho. Confira!
O que é demissão silenciosa
A demissão silenciosa, conhecida em inglês como quiet quitting, não é exatamente o que se pode sugerir, como deixar o emprego silenciosamente ou ser desligado de forma discreta.
Na verdade, a demissão silenciosa ocorre com bastante frequência no mercado de trabalho e é definida como o desenvolvimento do trabalho de uma forma básica, limitando-se a executar exatamente o que está definido na descrição do cargo.
Isso significa que o profissional em processo de uma demissão silenciosa, adere à uma atitude e prática de fazer somente o mínimo necessário do que é esperado dele, sem assumir responsabilidades além do que sua função estabelece.
Ademais, o colaborador cria limites próprios, não questiona ou traz melhorias no que lhe é solicitado. O profissional realiza a atividade forma que atenda as expectativas imediatas, mas aquém da qualidade do trabalho que de fato poderia ter sido realizado.
Assim, o profissional fez o que lhe foi solicitado, mas de forma básica e evitando um maior trabalho naquela atividade.
A demissão silenciosa, ou quiet quitting, também ocorre quando o funcionário se sente insatisfeito com a forma que é tratado dentro da empresa.
Por exemplo, o profissional que se acostumou ao home office, mas que foi obrigado a retornar ao trabalho presencial, pode ter decidido que não quer continuar na empresa, mas que também ainda não está pronto para se desligar. Sendo assim, volta a trabalhar presencial, mas de forma intencionalmente menos produtiva, fazendo apenas o básico necessário.
A relação entre a demissão silenciosa e a saúde mental
Por ser uma prática muito utilizada pelos profissionais da Geração Z, que tem como prioridade a qualidade de vida e a saúde mental no trabalho, a demissão silenciosa foi a forma que essa geração encontrou para estabelecer limites saudáveis quando percebem que a empresa não está investindo de forma adequada no bem-estar do seu corpo funcional.
Se durante anos, o excesso de trabalho era visto como algo positivo para muitos profissionais, assim como as horas extras eram esperadas pelos empregadores e custavam pontos positivos para a permanência do colaborador.
Atualmente, muitos profissionais priorizam evitar as crises de ansiedade, a síndrome de Burnout, o estresse e o cansaço físico e mental, que causam bloqueios de criatividade, a falta de motivação e engajamento, tentando executar suas atividades com excelência, respeitando seus limites e trabalhando em um ambiente positivo e com propósito.
É muito comum que quando a cultura organizacional permanece enaltecendo a sobrecarga de trabalho, os profissionais passam a estabelecer seus próprios limites, praticando a demissão silenciosa para se preservarem dos males causados pela falta de bem-estar no ambiente de trabalho.
Ações do RH para evitar o quiet quitting
Geralmente, quando o gestor percebe que os membros da equipe estão aderindo à demissão silenciosa, passam a ficar mais vigilantes e cobrar mais dos funcionários. Porém esse não é o melhor caminho, podendo causar desconforto e problemas no clima interno, e até mesmo estimulando o comunicado de desligamento por parte do colaborador que poderia ter sido recuperado.
O ideal é buscar alternativas para tornar o ambiente mais agradável, onde o colaborador comece a sentir prazer de estar, encorajando uma comunicação transparente, ouvindo o profissional e apoiando com seus anseios ou dificuldades.
Ademais, é fundamental revisar as descrições de cargos e verificar se os profissionais estão com um enquadramento adequado de cargos e salários, assim como faixa salarial por sua experiência e atuação. Caso o colaborador esteja executando além do esperado, poderá ser feita uma mudança de cargo, aumentando suas responsabilidades e sua remuneração, jamais perdendo a equipe de vista.
Além disso, o RH pode investir em estratégias e ferramentas, tanto para diagnosticar, quanto para reduzir o processo de demissão silenciosa e reverter esse quadro.
Avaliação de desempenho
A avaliação de desempenho é essencial para analisar a trajetória do profissional, entendendo seus pontos fortes e de melhoria e verificar se a sua estagnação ou baixo rendimento está relacionada a problemas de saúde mental ou na cultura da empresa.
Pesquisa de clima e engajamento
Realizar a pesquisa de clima e engajamento é fundamental para entender o clima interno e a visão dos colaboradores sobre as relações interpessoais, o ambiente e a motivação.
Com isso é possível identificar se os colaboradores se sentem sobrecarregados, se sofrem pressão excessiva, como a liderança atua na equipe e no que é necessário investir para alterar o cenário identificado.
Investimento nas pessoas
Já é uma realidade que as pessoas são o principal patrimônio de uma organização e, por isso, após identificar os gargalos que estão causando a demissão silenciosa é importante que os empregadores invistam em ações que façam com que os colaboradores se sintam novamente parte fundamental do negócio.
Dentre as ações podemos destacar:
Com essas estratégias será possível reter e estimular os melhores talentos da organização, fazendo-os voltarem a se engajar e a participarem ativamente dos resultados do negócio.
Conclusão
Saber o que é demissão silenciosa e o que a faz se tornar um fenômeno entre a geração que está entrando no mercado de trabalho é fundamental para que o RH e os gestores planejem estratégias para evitar que tal fato aconteça na organização.
Se você identificou que existe um profissional praticando a demissão silenciosa, ou um movimento de quiet quitting na empresa, é um sinal de que algo não está indo bem na relação com o colaborador, na gestão ou na cultura interna.
Aproveite essa oportunidade para conversar com o profissional ouvi-lo e readequar a rotina para recuperar o profissional e assim, evitar um turnover, ou um profissional na fica em sua equipe, mas que nivela por baixo.
Agora que você conhece sobre a demissão silenciosa (quiet quitting), leia nosso artigo sobre os indicadores estratégicos de RH e comece a mensurar os resultados das equipes.
CEO de Empresa de Recrutamento e Seleção e Headhunter Especializado