Você já deve ter ouvido sobre o quiet quitting, que é a demissão silenciosa por parte do colaborador, mas já ouviu falar sobre o que é quiet firing?
No quiet quitting, o funcionário se limita a realizar somente as atribuições contidas em sua descrição de cargo de tal forma que desempenha o mínimo suficiente para não ser desligado.
Já no quiet firing, a empresa toma algumas medidas que fazem o colaborador se sentir desvalorizado, desmotivado, sobrecarregado, até que não tenha alternativa e venha a comunicar o seu próprio desligamento.
Dessa forma, o quiet firing é a demissão silenciosa por parte da empresa que não desliga o profissional, mas assume uma postura e toma atitudes para encorajar veladamente que o profissional venha a se desligar.
Neste artigo, vamos conhecer mais sobre o que é quiet firing e o quanto essa prática pode ser negativa para o sucesso da organização. Confira!
O que é quiet firing
O conceito de demissão silenciosa por parte do empregador é baseado na criação de um ambiente de trabalho insuportável para o trabalhador, para que ele solicite o desligamento.
Algumas ações utilizadas nesse processo são:
- deixar de praticar o feedback;
- descuido com o aprendizado e evolução do colaborador;
- diminuição ou sobrecarga de tarefas;
- atribuição de tarefas constantemente muito abaixo ou complexas para o cargo;
- isolamento social no ambiente de trabalho;
- exaustão física ou mental;
- exclusão de promoção;
- falta de cuidado, atenção ou reconhecimento do profissional;
Essas restrições causam um ambiente insatisfatório para o colaborador, limita o seu progresso na organização e cria uma relação insustentável para o profissional, que acaba ficando frustrado por ver seus esforços serem em vão, e por fim decide que é melhor buscar seu crescimento profissional em outro lugar, através de uma recolocação profissional.
3 Principais motivos que levam ao quiet firing
Independente do estilo de liderança praticado, se o gestor está agindo de forma consciente ou inconsciente ao assumir uma postura e realizar ações para encorajar o colaborador a se desligar, está praticando o que é quiet firing.
3 principais motivos que levam ao quiet firing:
- Liderança imatura
- Metas de Turnover
- Custos Rescisórios
Liderança Imatura
Quando falamos de uma liderança imatura, o quiet firing pode ser um resultado de atitudes de gestores que ainda não desenvolveram habilidades de liderança, estão sobrecarregados, sem tempo, sem paciência ou não têm inteligência emocional para conversas difíceis com seus colaboradores.
A falta de experiência pode deixar uma lacuna no plano de desenvolvimento individual (PDI) do profissional dentro da empresa ou na trilha de carreira interna do profissional
A falta de comunicação entre o gestor e o liderado, assim como a falta de apoio pode criar uma situação desconfortável, incentivando o funcionário a sair por “vontade própria”.
Metas de Turnover
Praticamente todas as empresas possuem indicadores estratégicos de RH e metas a serem cumpridas. Acontece que em determinadas empresas o gestor busca atingir a meta a qualquer custo.
Determinadas empresas possuem uma subcategorias para meta de turnover, distinguindo o turnover forçado, em que a decisão de desligar o profissional é do gestor, e o turnover espontâneo, em que a decisão por se desligar vem do próprio colaborador.
Como forma de aumentar a retenção, algumas empresas possuem bastante burocracia para tentar evitar desligamentos precoces e dar a oportunidade para o profissional melhorar a sua performance. Acontece que o gestor pode querer burlar esse sistema e ao entender o que é quiet firing e induzir o profissional a solicitar o seu próprio desligamento, alega que que “não tinha nada que poderia ter feito para reter o profissional” já que foi de livre e espontânea vontade do indivíduo.
Custos Rescisórios
Quando a empresa identifica um profissional de baixo rendimento, mas não quer tomar a iniciativa de desligá-lo por ter que arcar com os custos rescisórios do desligamento, muitas vezes o gestor cria uma situação insustentável para que o profissional se demita.
O quiet firing pode ser considerado assédio
Agora que você sabe o que é quiet firing, saiba que essa prática deve ser evitada. Quando um colaborador é tratado de forma discriminatória no ambiente de trabalho o funcionário prejudicado poderá acionar a justiça do trabalho e procurar seus direitos.
Não há nada na legislação que impeça o empregado de realizar tal procedimento.
Impactos negativos do quiet firing
Não existe uma prisma positiva para o quiet firing. Os impactos do quiet firing geram uma repercussão negativa muito nítida na organização, incluindo:
- resultados abaixo do esperado ou negativos;
- falta de motivação e engajamento dos colaboradores;
- clima interno prejudicado;
- ambiente sem humanidade;
- falta de empatia;
- comunicação ineficaz;
- cultura organizacional enfraquecida.
Esses problemas refletem diretamente na marca empregadora, na competitividade de na lucratividade da empresa.
Formas de combater a demissão silenciosa
Se o RH da empresa recebeu alguma reclamação por parte dos colaboradores ou a pesquisa de clima e engajamento está abaixo da média, está na hora de promover ações eficientes para reverter o cenário.
Conscientização e treinamento da liderança
Não adianta ter líderes focados somente nos resultados financeiros. Equipes de sucesso no longo prazo, são formadas dentro de ambientes humanizados e empáticos, que prezam pelo trabalho em equipe, comunicação eficiente e oportunidades de criação e desenvolvimento.
Os líderes devem ser o exemplo e os principais ativistas dessas atitudes.
Lembrando que é fundamental que haja um investimento em treinamento e desenvolvimento adequados e avaliações frequentes quanto ao desempenho dos líderes em seus setores.
Celebrar as conquistas
Celebrar cada conquista deve fazer parte do espírito da equipe e do líder, que deve focar mais nos pontos fortes das pessoas e fazer dessa prática um fator positivo, impulsionando melhores resultados. Reconheça os colaboradores e incentive esses profissionais a crescerem.
A confraternização de fim de ano pode ser um ótimo momento, mas não deixe de celebrar as pequenas conquistas de forma rotineira.
Humanização da gestão
É fundamental ter um olhar humanizado para o talento, oferecer apoio, orientações claras e ter uma comunicação transparente.
Descobrir o que faz sentido para esse profissional, o que o motiva diariamente, quais são suas habilidades individuais e dentro da equipe, qual é o seu potencial e como potencializar o seu aprendizado e otimizar os resultados.
Quando a gestão consegue conciliar as habilidades para gerar resultados com a atenção voltada para a equipe, sua liderança cria um olhar coletivo e ao mesmo tempo individual, apresentando atitudes positivas para o time, sem esquecer de olhar para cada membro com exclusividade.
Conclusão
É fundamental esclarecer que, tanto o quiet quitting quanto quiet firing são práticas antigas no mundo corporativo, mas com as pautas levantadas nas redes sociais, se tornaram motivos de debates e voltaram a ser temas atuais.
Saber o que é quiet firing e se aprofundar no assunto é fundamental para evitar com que posturas ou atitudes de gestores criem ambientes negativos e situações insustentáveis para os colaboradores na empresa.
Ao conhecer sobre o tema de o que é quiet firing e conduzir treinamentos e práticas para evita-lo, a empresa conseguirá desenvolver talentos mais engajados, motivados, produtivos e, principalmente, felizes, e consequentemente também com resultados excelentes.
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CEO de Empresa de Recrutamento e Seleção e Headhunter Especializado