Ser reconhecido financeiramente por desempenhar seu trabalho com eficiência é o desejo da maioria dos profissionais, mas essa recompensa pode ir além do pacote de remuneração e levar em consideração o “salário emocional”. Considerar o impacto do salário emocional para o colaborador pode ser uma excelente estratégia para engajar e reter os melhores talentos na organização.
Quando a empresa começa a perceber que a saúde mental do colaborador importa tanto quanto seus resultados imediatos, há uma redução significativa de workaholics e pessoas com crises de ansiedade, lembrando que a quantidade de pessoas com síndrome de burnout reduz significativamente, levando também a um aumento na satisfação e motivação dos indivíduos, assim como uma melhoria no clima interno e produtividade do corpo funcional.
Continue conosco e não perca essa leitura para entender melhor o que é salário emocional e como pode afetar o indivíduo e o ambiente corporativo.
O que é salário emocional
Em meio a remunerações cada vez mais competitivas, a fim de atrair e reter os melhores profissionais do mundo corporativo, o RH das empresas percebeu que mesmo com tantos benefícios financeiros, os colaboradores ainda comunicam a demissão e, muitas vezes, as justificativas são atribuídas a elementos que dinheiro nenhum seria capaz de compensar.
Uma pesquisa realizada pela consultoria Kienbaum – empresa que possui mais de 20 anos de atuação na área de Recursos Humanos – junto a 18 mil líderes, entre diretores e gerentes, apontou que o salário está em 4º lugar quando a questão é sobre o que faz o profissional se sentir bem e motivado, ficando atrás de requisitos como: progresso na carreira, natureza das atividades, ambiente de trabalho desafiador e conteúdo enriquecedor.
Com isso, percebemos que a remuneração é importante, claro, mas, para muitos, a satisfação pessoal talvez seja primordial e, para adequar todas essas exigências, é importante que a empresa esteja atenta ao que os funcionários desejam.
Tipos de salário emocional
Talvez não seja tão simples definir salário emocional, pois cada indivíduo tem uma necessidade particular e o que é importante para alguns pode ser indiferente para outros. Porém, é papel do líder conhecer cada membro de sua equipe para saber como potencializar a capacidade individual, assim como da equipe como um todo.
Abaixo, vamos mostrar alguns dos principais tipos de “prêmios afetivos” capazes de atrair e reter grandes talentos. Confira:
Ambiente de trabalho
É fato que convivemos com a nossa equipe de trabalho por horas durante toda a semana e, por isso, quanto maior a sintonia entre os pares e o gestor, melhor será esse período, pois o clima harmonioso é um ótimo combustível para a motivação e a produtividade.
Em diversas ocasiões, profissionais recusam propostas com uma remuneração mais atrativa, pois estão felizes com o caminho que estão percorrendo em suas organizações.
Portanto, é papel do gestor direto e do time de RH investigar quais são os pontos de melhoria no clima organizacional para fomentar um ambiente de trabalho positivo e motivador.
Benefícios que incluem a família
Quando o colaborador sai de casa para trabalhar, ele deixa pessoas que ama para realizar tarefas que, muitas vezes, o satisfaz como profissional. No entanto, saber que, de alguma forma, seus entes familiares estão sendo assistidos pela empresa é um bônus para sua satisfação e permanência na organização.
Por isso, é importante que a gestão de pessoas estude possibilidades fora dos padrões atuais, como, por exemplo: auxílio-creche; plano de saúde extensivo aos filhos e cônjuge; cesta básica; convênios com empresas de entretenimento e lazer, entre outros. Dessa forma, ao receber um convite para atuar em outra empresa, o profissional sopesará todos esses benefícios antes de decidir pela sua saída ou permanência.
Plano de carreira
Trabalhar em uma empresa que valoriza o crescimento do colaborador é um grande atrativo e faz parte da política de salário emocional.
Com isso, o feedback se torna ferramenta fundamental nesse processo, pois ele sinaliza se o profissional está construindo sua trajetória de forma satisfatória, com o desenvolvimento que ele e a organização precisam para alçar novos voos.
Quando a empresa investe de forma satisfatória no desenvolvimento e carreira dos funcionários, ocorre um movimento por parte de cada um no sentido de buscar novas funções e responsabilidades com mais determinação. Esse protagonismo cria uma competição interna saudável, capaz de transformar equipes comuns em times de alta performance.
Flexibilização de horário
Existem tarefas que podem ser executadas em horários e lugares variados, inclusive em home office. Por isso, que tal perguntar aos profissionais o que os fariam mais felizes e produtivo em sua rotina?
Criar um rodízio de home office, ou mesmo oferecer o restante do dia de folga assim que a meta for cumprida são estratégias capazes de transformar o humor e a rotina dos colaboradores, assim como dar a eles o direito de escolher a hora que desejam iniciar e finalizar seu expediente, desde que tudo seja acordado previamente para que haja maior engajamento e não impacte negativamente nos resultados da empresa.
Caso o colaborador tenha responsabilidade e cumpra as tarefas que lhe são atribuídas, por que não lhe dar mais autonomia e flexibilidade de horário?
Comunicação transparente
Informar ao corpo funcional as decisões que a organização está tomando interna e externamente, e contar com a opinião de cada um, pode fortalecer o vínculo e o grau de motivação dos colaboradores.
Dentro dessas medidas podemos incluir o investimento no intraempreendedorismo, capaz de transformar potenciais talentos em grandes agentes de transformação do negócio.
Fazer as pessoas se sentirem parte importante da instituição é um dos grandes salários emocionais, pois elas “vestem a camisa” e sabem que serão reconhecidas por todo o empenho e crescimento organizacional.
Salário emocional: considerações finais
Para conseguir contemplar o salário emocional na empresa como um benefício real além do pacote de remuneração, o RH deve pesquisar sobre os interesses que movem seus colaboradores e as melhores práticas para que estes se encaixem verdadeiramente na cultura da organização.
É importante ressaltar que levar em conta a individualidade das pessoas pode ser imprescindível para reter esse profissional, pois cada um pode valorizar elementos distintos como parte de seu salário emocional.
Por exemplo, o dress code pode funcionar para uns e para outros ser um incômodo. Neste cenário, o time de RH deveria avaliar se este é um aspecto imprescindível na função do colaborador, ou se poderia ser flexibilizado em algumas ocasiões.
Assim como tudo na vida, o zelo com salário emocional dos colaboradores precisa ser cultivado, investindo-se em pesquisa de clima e de engajamento como ferramentas para auxiliar em uma melhor tomada de decisão quanto ao que pode ser feito para ampliar o salário emocional de seus colaboradores, que, geralmente, vai muito além do pacote de remuneração total.
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CEO de Empresa de Recrutamento e Seleção e Headhunter Especializado