Você sabe o que é a grande resignação no Brasil? Entender o mercado de trabalho não é uma tarefa fácil. E isso fica ainda mais difícil quando uma crise sanitária assola o mundo há quase 2 anos. As incertezas vividas durante esse período fizeram com que as gerações X Y Z ressignificassem suas metas e questões como: qualidade de vida pessoal x qualidade de vida profissional.
Todo esse processo fez com que, inicialmente nos Estados Unidos e agora no Brasil, a quantidade de trabalhadores ativos comunicando seu desligamento, mesmo em meio a tantas incertezas e uma taxa de desemprego elevada, aumentasse ainda mais, dando origem ao que é a grande resignação no mercado de trabalho.
É importante conhecer o que é a grande resignação no Brasil, os motivos de estarmos passando por ela e o impacto para empresas e talentos desse momento de mercado.
Então, para ficar por dentro de o que é a grande resignação no Brasil e se preparar para o futuro próximo, não perca a leitura!
Pedidos de demissão
Primeiramente é necessário enfatizar que relações de trabalho são bilaterais em que o profissional dispõe do seu tempo e mão de obra em troca de uma remuneração.
Considerando que a empresa não pode negar um “pedido de demissão”, na realidade o profissional que deseja terminar o seu vínculo empregatício está é comunicando o seu desligamento, seja com ou sem aviso prévio.
Catalizador da Grande Resignação
A pandemia do COVID-19 foi um momento muito delicado, muitas empresas encerraram as suas atividades de forma parcial ou definitiva, e as empresas que não fecharam, conduziram desligamentos em massa buscando redução de custo e a sua própria sobrevivência.
Assim, muitos profissionais se viram desempregados e levou a um percentual recorde no índice de desemprego.
As empresas que continuaram operando, precisaram se adaptar de acordo com os desafios que enfrentava e consequentemente, iniciou novos modelos de trabalho. A pandemia catalisou uma mudança no mercado de trabalhos que eram 100% presenciais para modelos de home office, 100% remoto ou de forma híbrida, em que o profissional passaria parte do seu tempo trabalhando de casa e parte do escritório.
Existe um grande debate mundial no meio corporativo sobre as vantagens e desvantagens, benefícios e desafios desses novos moldes de trabalho que permite o funcionário a realizar suas atividades sem a obrigação de ir ou de permanecer em um escritório físico.
Com a chegada da vacina e a retomada da economia, muitas empresas definiram pela volta presencial ao trabalho, o que gerou uma repercussão muito grande entre muitos trabalhadores, especialmente os profissionais abaixo de 29 anos de idade, que perceberam que preferiam trabalhar de forma remota ao presencial. Ou seja, preferiam sair da empresa em que trabalhavam ao voltar a trabalhar de forma presencial como antigamente.
Motivos que levaram ao comunicado de desligamento
Para entender melhor o que é a grande resignação no Brasil, vamos falar sobre alguns motivos que levaram os profissionais a comunicarem o seu desligamento das empresas onde trabalhavam.
Qualidade de Vida
Mesmo com todos os esforços por parte dos sindicatos das classes reivindicando melhores salários e condições de trabalho, muitos indivíduos perceberam que o equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional é fundamental para preservar a saúde mental em tempos tão difíceis.
O trabalho remoto trouxe benefícios como redução de tempo em translado ao escritório que aumentou a qualidade de vida de muitos profissionais.
Redução de custos
Ao trabalharem de casa, muitos profissionais perceberam uma economia significativa em suas contas bancárias. Mesmo em ocasiões em que o salário fosse menor, o profissional ainda percebia uma economia significativa em translado ao trabalho, roupas e até mesmo alimentação. De maneira geral, as pessoas perceberam que ao trabalhar em casa reduziram ou eliminaram alguns gastos que tinham anteriormente.
Alguns profissionais inclusive, conseguiram sair dos grandes centros urbanos, onde o custo de vida é maior, pra moradias melhores e regiões de custo de vida menor.
Expansão de Oportunidades
O trabalho remoto permitiu que a quantidade de oportunidades para profissionais qualificados aumentasse. O trabalho remoto permitiu que profissionais não ficassem restritos a oportunidades em suas redondezas geográficas. A possibilidade de trabalhar para empresas no exterior, seja diretamente via nearshoring ou outsourcing, virou uma possibilidade real.
Insatisfação com empregador
Muitos profissionais estavam insatisfeitos com os seus trabalhos, seja pela dinâmica, pela rotina, pelo gestores, ou até mesmo pela postura adotada de sua empresa durante a pandemia. Apesar disso, pela falta de demanda e dificuldades no mercado, houve uma grande quantidade de profissionais que estavam aguardando o mercado reaquecer para pedir demissão, de forma consciente e iniciar um novo plano de carreira.
Empreendedorismo
As pessoas tiveram a oportunidade de fazer coisas que não fariam se estivessem trabalhando em tempo integral de forma presencial no escritório, como por exemplo, estudar, conhecer e desenvolver novas habilidades ou iniciar atividades que gerassem uma renda extra.
Ao serem solicitados que voltassem presencialmente por seus empregadores, esses profissionais optaram por não voltar por terem encontrado novas alternativas para suas carreiras.
Reavaliação do fit cultural
Após tanto tempo trabalhando de forma remota, administrando o próprio tempo e as tarefas, muitos profissionais que precisaram voltar ao regime presencial se viram deslocados com a “nova rotina”.
As pessoas perceberam que o que fazia sentido há 2 anos, já não causava a mesma motivação, quando o assunto era cultura organizacional e carreira.
Por esse motivo, a quantidade de colaboradores que ao retornar se sentiram “um peixe fora d ‘água” ou já não estavam dispostas a passar pela politicagem corporativa e conversas de corredor, também levou muitos profissionais a comunicarem o desligamento e contribuiu a este movimento que é considerado como a grande resignação no Brasil.
O impacto da grande resignação no Brasil
Ao entender o que é a grande resignação no Brasil, vamos falar um pouco mais sobre os impactos desse movimento no mercado de trabalho brasileiro.
Cerca de 500.000 pessoas pedem demissão mensalmente no Brasil nos últimos meses, conforme os dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), e o número de desempregados no Brasil gira em torno dos 13 milhões de pessoas, o que é um número preocupante.
As empresas precisam urgentemente de medidas de atração e retenção dos talentos, capazes de auxiliar no combate a essa alta quantidade de desligamentos, tais como:
- utilização da tecnologia para melhoria dos processos;
- investimento em treinamento e desenvolvimento;
- inclusão de benefícios flexíveis;
- realização periódica de pesquisas de clima e engajamento;
- investimento na inclusão e diversidade.
Essas iniciativas, entre outras, podem oferecer informações importantes e significativas para os gestores consigam dar feedbacks, e traçar estratégias mais assertivas, visando interromper o turnover nas organizações.
Além disso, os impactos financeiros causados pelos desligamentos, pelas etapas do processo seletivo extensas e pelo onboarding malfeito dos novos profissionais são significativos e precisam ser revistos para que a empresa se mantenha competitiva no mercado.
Conclusão
Por mais que esse seja um assunto ainda pouco explorado no mundo dos negócios, saber o que é a grande resignação no Brasil é importante para que possamos nos antecipar aos próximos acontecimentos. O mercado de trabalho é dinâmico e está em constante evolução.
Os profissionais estão cada vezes mais capacitados e se tornando protagonistas da própria carreira e as empresas que não forem capazes de atrair e reter talentos, se tornarão cada vez menos competitivas e terão maior dificuldade de sobrevivência.
Estar pronto para as novas realidades de mercado é uma necessidade e não uma opção! E para que as mudanças do mercado de trabalho não o pegue de surpresa, siga-nos nas redes sociais (LinkedIn, Instagram, Facebook e YouTube) e esteja à frente da concorrência.
CEO de Empresa de Recrutamento e Seleção e Headhunter Especializado