Eu me demito: por que tem tanta gente pedindo demissão

Eu me demito: por que tem tanta gente pedindo demissão

O movimento do “eu me demito”, composto por pessoas que pediram demissão, tem crescido no Brasil e preocupado muito as empresas, em especial a recrutadores e gestores. Mas por que tem tanta gente pedindo demissão? O primeiro passo para descobrir a resposta para essa pergunta é entender as mudanças que ocorreram no mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos.

Esse  movimento de demissão quee começou ainda durante a pandemia de COVID-19 continua prejudicando o dia a dia das empresas e alterando a rotina dos próprios trabalhadores.

Acompanhe a leitura!

 

Número de pedidos de demissão dispara

Segundo um levantamento realizado pela LCA Consultores, cerca de 6,467 milhões de pedidos de demissão foram registrados entre julho de 2021 e julho de 2022. Isso representa um aumento de 42,5% no número acumulado de pedidos realizados nesse período.

O levantamento também apontou um recorde nos pedidos de demissão realizados no país. Dos quase 1,7 milhões de desligamentos registrados em agosto de 2022, mais de 632 mil foram solicitados pelo próprio trabalhador. Isso corresponde a 35,7% do total.

É como se quase 20 mil pedidos de demissão tivessem sido realizados por dia apenas no mês de agosto. Mas por que tem tanta gente pedindo demissão?

De acordo com o levantamento, esse é o número de pedidos de demissão mais alto já registrado desde janeiro de 2020. Em outras palavras, mesmo durante o auge da pandemia, o país não registrou tantos desligamentos por demissão.

Embora ainda não existam levantamentos sobre o número de pedidos de demissão no final de 2022 e início de 2023, a perspectiva é que pedir demissão e buscar novas oportunidades de emprego também seja uma tendência neste ano.

 

A Grande Resignação no Brasil

Inclusive, existe um termo para essa onda de pessoas que optam por se libertarem do trabalho e declaram, “eu me demito”. Esse movimento, que começou nos Estados Unidos é conhecido como The Great Resignation, e a Grande Resignação no Brasil.

Segundo uma pesquisa realizada pelo portal de recolocação profissional Empregos.com.br, 3 em cada 4 profissionais querem mudar de emprego em 2023.

De acordo com outras pesquisas realizadas no último ano, o número de profissionais que decidiram encerrar seu contrato de trabalho não é resultado de insatisfação com sua faixa salarial.

Na verdade, outros estudos apontam as condições de trabalho, a falta de reconhecimento, cultura organizacional, trilha de carreira, entre outros problemas, como fatores decisivos para que o funcionário comunique o desligamento da empresa.

 

Por que as pessoas estão se demitindo?

De acordo com um estudo realizado pela Reconnect Happiness at Work em parceria com a Feedz, o problema é multifatorial. A seguir vamos entender alguns motivos para responder o por que tem tanta gente pedindo demissão?

Segundo o levantamento realizado em novembro de 2022, 41% dos pedidos de demissão são motivados por uma proposta salarial baixa, 22% por falta de reconhecimento no ambiente de trabalho e outros 22% preferiram sair da empresa por conta de problemas com a chefia.

Para comparar a sua remuneração ou uma eventual proposta de trabalho em relação ao mercado, confira referências de mercado nos melhores guias salariais no Brasil.

Para os responsáveis pela pesquisai mencionada, esses dados sinalizam uma mudança nas expectativas dos profissionais em relação ao modo como as empresas, especialmente os gestores, se relacionam com os funcionários.

Segundo Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness At Work, os profissionais não aceitam mais trabalhar em ambientes de trabalho pouco flexíveis, onde seus resultados e empenho não são reconhecidos.

Além disso, os especialistas também afirmam que as pessoas não querem mais se submeter a uma gestão ineficiente e/ou tóxica, que pode comprometer não só o seu rendimento no trabalho, mas também sua saúde mental.

 

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A pandemia ainda influencia esses números

Para Bruno Imaizumi, responsável pelo levantamento da LCA Consultores, o número alto de pedidos de demissão também reflete a normalização do mercado de trabalho nesse período pós-pandemia.

Segundo o especialista, entre 2020 e o início de 2021, período em que a incerteza e a crise econômica estavam em alta, as pessoas assumiram funções e responsabilidades que nem sempre eram condizentes com suas formações ou planejamento profissional. Ainda, muitas pessoas preferiram segurar-se aos seus empregos em um período de instabilidade e retração de mercado.

Porém, agora que esse período já passou, as pessoas voltaram a buscar trabalhos com os quais se identificam mais, indicando uma certa normalização do mercado.

Além disso, muitos profissionais aproveitaram esse período atípico da pandemia para reavaliar sua carreira e seus profissionais. Como resultado, eles estão mais seletivos e exigentes quanto aos benefícios e condições de trabalho oferecidos pelas empresas.

Por conta das mudanças que ocorreram durante a pandemia, muitos profissionais estão buscando empresas que ofereçam uma jornada de trabalho mais flexível, por exemplo, que permita o trabalho remoto ou o regime híbrido, além de um salário emocional e benefícios relevantes a sua condição, que muitas vezes são melhor endereçados através de benefícios flexíveis. Esses são alguns dos motivos para responder o por que tem tanta gente pedindo demissão.

Por isso, hoje em dia, mais do que salários, profissionais buscam empregos que os ajudem a melhorar sua qualidade de vida, e que ofereçam ambientes mais saudáveis.

 

A temida demissão silenciosa

Mesmo que não solicitem o rompimento do contrato de trabalho, o estudo realizado pela Reconnect Happiness at Work com a Feeds revelou que muitos profissionais podem adotar comportamentos compatíveis com a chamada demissão silenciosa (quiet quitting). 

De acordo com a pesquisa, 33,4% dos funcionários entrevistados se sentem sobrecarregados, enquanto 11,9% demonstram que não estão engajados e motivados nas suas funções, já que fazem o mínimo necessário durante o horário do expediente.

A pesquisa ainda revelou outro número alarmante: apenas 7,4% dos profissionais se sentem realizados no trabalho.

Para os responsáveis pelo levantamento, caso as empresas não melhorem sua gestão e tornem as condições e o ambiente de trabalho mais saudável, elas continuarão escutando o “eu me demito” ou sofrendo prejuízos com o fenômeno do “quiet quitting”.

 

Como reduzir o turnover na sua empresa?

Um dos efeitos causados pelo aumento do número de demissões voluntárias é a alta taxa de rotatividade nas empresas, um dos indicadores estratégicos do RH mais relevantes.

Também conhecida como turnover, esse fenômeno pode prejudicar o desenvolvimento de projetos e a continuidade de operações importantes para o negócio.

Para evitar esses problemas, é importante aprender com os dados apresentados anteriormente e promover mudanças para melhorar as condições e o ambiente de trabalho na empresa. Para isso, as organizações podem adotar estratégias como:

  • Incentivar uma liderança humanizada;
  • Adotar uma jornada de trabalho flexível;
  • Construir um plano de carreira bem estruturado;
  • Melhorar a gestão de projetos;
  • Tornar o processo de recrutamento e seleção mais assertivos;
  • Oferecer salários compatíveis ou mais atraentes do que a concorrência;
  • Investir no treinamento e capacitação dos funcionários.

Caso tenha interesse em maiores informações de como reduzir o turnover e a quantidade de profissionais talentosos que dizem, “eu me demito”, confira o artigo sobre como reter talentos em um mundo pós-pandemia.

 

Conclusão

O aumento do número de demissões voluntárias reflete mudanças profundas na relação entre empresa e funcionário, o que também alterou o mercado de trabalho.

Por isso, as empresas que desejam reter talentos, melhorar o engajamento dos funcionários e diminuir as chances de escutar a frase “eu me demito”, também precisam mudar.

Implementar melhorias na gestão e criar um ambiente de trabalho mais saudável são algumas das alterações para reduzir o turnover do negócio.

Mas lembre-se: essas mudanças devem ser feitas de forma estratégica e sustentada, acompanhando os valores, a cultura e o planejamento da empresa.

Quer ajuda nesse processo? Entre em contato com a equipe do Sim Carreira e tenha apoio dos melhores consultores de recursos humanos!

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