Em pleno século XXI, a sociedade 5.0 ainda não se conscientizou por completo sobre a importância da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, pois o mercado ainda está muito aquém do seu potencial quanto ao tema, e do avanço precisa ser rápido.
Muitas vezes com mais qualidade e sabedoria, as mulheres estão cada vez mais preocupadas com seu crescimento profissional e prontas para assumirem cargos e funções de grande responsabilidade e destaque, o que antigamente era mais vislumbrado pelos homens.
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, em 08 de março, escolhemos divulgar aquilo que deve ser considerado todos os dias pelos empregadores e profissionais: vamos entender um pouco mais sobre o empoderamento das mulheres e quais os impactos desse movimento de igualdade de gênero para a sociedade e para as empresas.
Então, se inspire no conteúdo abaixo para impulsionar mudanças no seu ambiente profissional!
O que é igualdade de gênero?
Em que pese alguns podem o ter como modernidade ou meramente algo politicamente correto, o termo “igualdade de gênero” não é novo e chegou em nosso ordenamento jurídico com o Artigo 5º da Constituição Federal de 1988, descrito da seguinte forma no Inciso I:
“Homens e mulheres são iguais, em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”.
Vejam que a igualdade de gênero deveria ser a regra no Brasil desde a promulgação da Constituição em 1988, pois todas as pessoas, não importa o gênero, devem ter os mesmos direitos, responsabilidades, oportunidades e obrigações. Esse inciso é tão importante para o desenvolvimento social, que é elencado dentre os direitos fundamentais, pois indispensável à cidadania, à sociedade e ao Estado brasileiro.
No entanto, apesar da igualdade mandatória constar da norma jurídica mais relevante, e, por óbvio, inexistir qualquer lei que propague a diferenciação indiscriminada entre homens e mulheres para o exercício de determinada função, sabe-se que o atual mercado de trabalho brasileiro não atende aos preceitos constitucionais de igualdade de gênero.
Infelizmente, em que pese apenas as competências profissionais devessem contar para a ocupação de determinada função, a desigualdade entre homens e mulheres é endêmica pelo mundo.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em análise de 115 países, a diferença salarial média é de 14%, sendo que, nas profissões dominadas por homens, as diferenças salariais são ainda mais altas.
Em que pese as mulheres representem 39% dos trabalhadores assalariados do mundo, elas representam apenas 27% dos trabalhadores em cargos de administração, sendo que a parcela de mulheres em cargos de gestão pouco mudou nas últimas duas décadas.
Diante desses dados, a luta por uma real igualdade de gênero continua.
O que significa o empoderamento feminino?
Apesar da igualdade de gênero estar explícita em forma de Lei, na prática é bem diferente. Por isso, o “empowerment” (empoderamento) surgiu a partir da necessidade de criar iniciativas e definir ações em busca da conscientização da mulher, de que ela tem o poder de ser o que ela quiser no mercado de trabalho, na sociedade e até mesmo em casa, de modo a impulsionar as mudanças necessárias para seu desenvolvimento e evolução.
Infelizmente, o mercado de trabalho ainda pode ser muito injusto quando se trata de equiparação salarial entre homens e mulheres, mesmo que a profissional esteja no mesmo nível de soft skills e hard skills de um concorrente do sexo masculino, a maioria das empresas ainda utiliza – de forma velada – o argumento de que, por ser mulher, ela não se dedicará “como um homem” à organização, ou poderá ser “mais cara”, ante a possibilidade de ingressar em licença-maternidade.
Nós sabemos que, apesar da previsão constitucional quanto à igualdade entre homens e mulheres, as leis trabalhistas ainda estão muito aquém do mínimo necessário para assegurar a efetividade da igualdade preconizada pela Constituição Federal. Por exemplo, quando falamos no direito à licença-maternidade, temos uma imposição social velada às mulheres que escolheram ser mães, mas nenhuma aos pais que escolheram ser pais, o que faz com que muitas empresas considerem mais custosa a contratação de mulheres de 25 a 35 anos.
Pensamentos e atitudes equivocadas como essas são combatidas diariamente pela Organização das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), que, com o Pacto Global das Nações Unidas, desenvolveram 7 princípios e valores que devem ser incorporados na sociedade e principalmente nas empresas em prol da efetiva igualdade entre homens e mulheres, com vistas ao empoderamento feminino.
A seguir, vamos conhecer cada um destes princípios:
1. Liderança
“Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.”
É importante que as empresas invistam em lideranças femininas também para ocuparem altos níveis. Esse processo deve ser discutido internamente e com a participação da diretoria e dos donos no negócio, pois somente com o envolvimento de todos pode ser vislumbrada a perpetuação das medidas dentro da corporação.
2. Respeito a todos, sem discriminação
“Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não discriminação.”
A inclusão e o respeito a todos devem ser principiológico nas organizações e em toda a sociedade, devendo ser introduzidos na cultura interna através da coibição de comentários, “piadas” e atitudes que carregam visões discriminatórias, ainda que a discriminação não seja a intenção do locutor.
3. Garantia de direitos
“Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.”
É importante que as instituições estejam preparadas para oferecer aos colaboradores as condições necessárias para que todos possam exercer suas funções com saúde, segurança e respeito. Com essas medidas, a produtividade e o bem-estar estarão presentes no dia a dia.
4. Investimento em capacitação
“Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.”
Empresas comprometidas com a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres devem investir na educação corporativa e na capacitação das profissionais para que elas se desenvolvam dentro e fora da empresa.
5. Desenvolvimento do potencial empreendedor
“Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.”
Mulheres que optam por abrir o próprio negócio o fazem para que possam conciliar a vida pessoal e profissional sem prejuízo para ambos e, por isso, acabam por iniciar uma pequena empresa dentro de casa. Apoiar essas profissionais, assim como enxergar as intraempreendedoras da organização, faz muita diferença na sua autoestima e desenvolvimento, fazendo com que se sintam acolhidas e reconhecidas pelas escolhas que fizeram.
6. Apoio à voz feminina
“Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.”
Incentivar publicamente que cada vez mais mulheres capacitadas ocupem cargos políticos e de relevância na tomada de decisões faz parte do empoderamento. Suas vozes devem ser ouvidas, pois elas são capazes de desenvolver soluções para os problemas da comunidade onde vivem.
7. O que não é medido não pode ser melhorado
“Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.”
Faz parte da rotina de uma empresa medir sua produtividade, resultados e eficiência para descobrir onde e como poderá evoluir e para a igualdade de gênero não pode ser diferente. Empresas que investem no empoderamento das mulheres, medem esses indicadores, documentam e divulgam esses dados fortalecem sua marca empregadora, atraindo cada vez mais profissionais que se identificam com a cultura e desejam contribuir para o crescimento da organização.
Quais são os impactos da igualdade de gênero e do empoderamento feminino?
Homens e mulheres são iguais em direitos e deveres e por isso devem ser respeitados, assim como reconhecidos por suas competências, conhecimentos, habilidades e atitudes. Empresas que estão investindo nessas medidas vêm aumento tanto na lucratividade quanto no engajamento dos profissionais e, consequentemente, na melhoria do clima organizacional.
Se levarmos em consideração que os países que investem no empoderamento das mulheres têm aumento considerável no PIB, fica difícil entender o motivo desse tema ainda ser tão discutido, quando, na verdade, era para ser algo natural na sociedade.
Mulheres empoderadas são protagonistas da própria carreira e da vida pessoal, ainda que não sejam apoiadas pelas pessoas que mais consideram, pois sabem do seu potencial e onde desejam chegar.
Esse é um tema que não deve ser tratado como estratégia de marketing, mas deve estar correndo nas veias do negócio, enraizado no DNA e cultura organizacional, integrando o subconsciente dos colabores.
Lembre-se que o mercado fala e, caso as medidas de empoderamento sejam meramente ilustrativas e com propósito de branding, as demais organizações e profissionais saberão da ausência de comprometimento real da empresa, podendo deixar de considerá-la um bom lugar para se trabalhar ou se associar.
Das mulheres da Sim Carreira para as nossas leitoras
Nós sabemos que alguns ambientes corporativos estão longe de alcançar patamares mínimos de respeito e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, e que, muitas vezes, nós, mulheres e homens, reproduzimos comportamentos sexistas que nunca deveriam ter tido lugar no mercado de trabalho e na sociedade como um todo.
Constantemente, lembre-se dos desafios que você superou para alcançar cada meta, e que o que precisa ser demonstrado no ambiente de trabalho é competência, e não sua vida pessoal (se é casada, se tem filhos, se pretende ter filhos etc.).
Muitas vezes, vemos vir à tona comentários que em nada interferem no trabalho e na produção das mulheres, mas, por alguma razão, alguns entendem relevante salientar características físicas ou comportamentais que acham que devemos ter. Não devemos, e não devemos alimentar essa atitude.
Apoie suas colegas e não alimente comentários pejorativos sobre elas. Seja uma mulher que empodera outras mulheres, porque juntas somos mais fortes.
Nós somos as líderes da mudança.
Igualdade de gênero e empoderamento das mulheres: faça sua parte!
A Sim Carreira cumpre o seu compromisso com a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, fazendo parte da WEP´s (Women´s Empowerment Principles), uma iniciativa conjunta entre a ONU Mulheres e o Pacto Global da ONU. Nós nos comprometemos e atuamos de acordo com os seus princípios e esperamos que todas as demais organizações também o façam.
Por isso, é com muita esperança que trouxemos esse conteúdo para vocês, sempre com orgulho de fazer parte dessa rede em prol da igualdade e do empoderamento das mulheres.
Caso queira conhecer um pouco mais, veja o nosso site e acesso a nossa página no nossa página no site da ONU e nosso trabalho apoiando empresas com o recrutamento de mulheres. Não deixe de compartilhar esse artigo em suas redes sociais e divulgar ainda mais a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres em todo o mundo!
CEO de Empresa de Recrutamento e Seleção e Headhunter Especializado