Ao construir e expandir uma empresa, um dos desafios mais cruciais que os gestores enfrentam é a definição de uma estrutura organizacional, formalizada em um organograma, que maximize a eficiência, a comunicação e os resultados.
Um organograma corporativo bem planejado pode ser o diferencial entre uma empresa desorganizada e uma equipe de alto desempenho.
Neste artigo, vamos entender como criar um organograma eficiente, quais são os tipos de organogramas mais utilizados e como cada decisão nesse processo impacta a operação e o crescimento da sua organização.
O que é um organograma?
Em termos simples, um organograma é uma representação gráfica da estrutura hierárquica de uma empresa. Ele ilustra como os departamentos, cargos e equipes estão organizados e como se relacionam entre si.
O principal objetivo desse diagrama é proporcionar uma visão clara das linhas de autoridade, comunicação e responsabilidades dentro de uma organização.
Existem várias maneiras de estruturar um organograma, cada uma dependendo da natureza da empresa, do porte, dos objetivos de crescimento e da filosofia de gestão adotada pelos fundadores. No entanto, a maioria dos organogramas se divide em três componentes principais: os níveis hierárquicos, os cargos e os departamentos.
Qual a importância do organograma
O organograma vai além de ser apenas um desenho estético da estrutura da empresa. Ele desempenha funções vitais no dia a dia da organização. Primeiramente, ele facilita a comunicação interna, já que todos os colaboradores sabem a quem se reportam e quem são seus subordinados.
Em segundo lugar, ele promove um ambiente de transparência, pois fica claro como as responsabilidades estão distribuídas. Além disso, um organograma bem estruturado contribui para a tomada de decisões mais ágeis, pois define claramente as áreas de competência de cada cargo ou departamento.
Outro benefício importante é que o organograma também ajuda a alavancar a produtividade. Quando todos sabem suas funções e onde se encaixam dentro do sistema maior da empresa, as tarefas são mais bem distribuídas e os processos tendem a ser mais fluídos.
Consequentemente, a estrutura organizacional bem definida também pode ser um fator decisivo na atração de talentos, já que colaboradores em potencial percebem maior clareza no ambiente de trabalho.
7 passos para estruturar sua empresa de forma eficiente
1. Defina sua visão e valores
Antes de pensar na estrutura do organograma em si, é fundamental refletir sobre a visão e os valores da empresa. Sua organização será mais centralizada ou descentralizada? Quais são os princípios que regem o comportamento e a tomada de decisão?
Com base nessas respostas, você poderá determinar a melhor forma de organização, de maneira que se alinhe com os objetivos de longo prazo da empresa.
Por exemplo, uma startup com foco em inovação pode adotar uma estrutura mais horizontal e fluída, onde a comunicação entre os setores acontece de forma mais aberta e colaborativa. Já uma corporação que lida com processos mais rígidos e regulamentações pode optar por um organograma mais formal, com camadas hierárquicas mais definidas.
2. Compreenda os tipos de organograma
Existem diferentes tipos de organogramas, cada um com suas vantagens e limitações. Vamos analisar os principais modelos:
Organograma Vertical (ou Hierárquico)
O modelo do organograma vertical ou organograma hierárquico é mais tradicional e comumente utilizado. Ele é caracterizado por uma estrutura piramidal, onde a autoridade e a responsabilidade fluem de cima para baixo.
Neste modelo, os cargos mais altos têm uma visão global da organização, enquanto os níveis mais baixos lidam com tarefas mais específicas e operacionais.
Organograma horizontal (ou Plano)
Ao contrário do modelo vertical, o organograma horizontal tende a ser mais plano, com menos camadas hierárquicas. Este tipo de estrutura é ideal para empresas que prezam pela colaboração entre os departamentos e pela agilidade na tomada de decisões.
Organograma matricial
No modelo do organograma matricial, os colaboradores podem ter mais de um supervisor, dependendo dos projetos em que estão envolvidos. Ele é comum em empresas de consultoria, tecnologia e outras que lidam com múltiplos projetos simultâneos.
Organograma em rede
O organograma em rede é ideal para empresas que operam com uma grande quantidade de parceiros, freelancers ou contratos. Ele visa a flexibilidade e a agilidade, conectando diferentes pontos de maneira mais fluida.
3. Identifique os departamentos e funções
Uma vez definido o modelo de organograma, é hora de identificar os departamentos e funções essenciais para a operação da empresa. Comece com as áreas mais abrangentes, como marketing, vendas, finanças, recursos humanos e tecnologia.
À medida que a empresa cresce, novos departamentos podem surgir, mas o importante é garantir que as funções principais da empresa sejam representadas no organograma.
Dentro de cada departamento, é essencial definir claramente as responsabilidades e os fluxos de trabalho. Isso ajuda a evitar sobreposição de funções e cria uma linha clara de supervisão e autoridade.
4. Defina a hierarquia e as relações de autoridade
Após identificar os departamentos e funções, é necessário mapear a hierarquia interna da empresa. Quem será o líder de cada área?
Quais cargos reportam diretamente a ele? Como será o relacionamento entre as diferentes áreas? A clareza na definição das relações hierárquicas é essencial para evitar confusão e melhorar a coordenação entre os diferentes setores.
Em empresas menores, a hierarquia pode ser mais simples, com poucos níveis entre o fundador e os colaboradores. No entanto, à medida que a empresa cresce, a complexidade tende a aumentar, o que exige uma revisão periódica da estrutura hierárquica.
5. Considere a escalabilidade
Ao planejar o organograma, é importante ter em mente o crescimento futuro da empresa. Uma boa estrutura organizacional deve ser escalável, ou seja, deve permitir a inclusão de novos cargos e departamentos à medida que a empresa se expande.
Uma estratégia comum para empresas em crescimento é deixar espaços dentro da estrutura para cargos que possam surgir no futuro. Isso evita a necessidade de reestruturar todo o organograma sempre que novos desafios ou oportunidades surgem.
6. Envolva os colaboradores no processo
Embora a criação do organograma seja uma responsabilidade da alta gestão, é importante envolver os colaboradores na construção da estrutura. Fazer isso pode ajudar a identificar lacunas na comunicação e possíveis problemas na divisão de responsabilidades.
Além disso, ao envolver os colaboradores, você promove um ambiente de maior engajamento e participação, o que pode aumentar a satisfação no trabalho e melhorar o desempenho da equipe.
7. Use ferramentas tecnológicas
Existem diversas ferramentas e softwares disponíveis para ajudar a criar organogramas de forma mais prática e intuitiva. Plataformas como Lucidchart, Canva, Microsoft Visio, entre outras, permitem criar organogramas de maneira rápida, com diferentes opções de personalização.
Essas ferramentas também ajudam a manter o organograma atualizado de forma fácil e rápida, o que é essencial para que ele permaneça funcional à medida que a empresa cresce e evolui.
Como manter seu organograma atualizado?
À medida que sua empresa cresce, a estrutura organizacional provavelmente precisará ser ajustada. Portanto, o organograma não deve ser algo estático, mas sim um documento vivo que reflete as mudanças nas necessidades da organização. Algumas dicas para manter seu organograma atualizado incluem:
- Revisões periódicas: Realizar revisões anuais ou semestrais para garantir que a estrutura esteja alinhada com as mudanças no mercado e nas necessidades internas.
- Feedback constante: Coletar feedback dos colaboradores sobre a funcionalidade do organograma e fazer ajustes com base nas necessidades do time.
- Ajustes à medida que a empresa cresce: À medida que sua empresa se expande e novos departamentos ou funções surgem, o organograma deve ser reestruturado para refletir essas mudanças.
Como implementar um organograma na prática?
Implementar um organograma na prática exige uma abordagem estruturada e bem planejada. Embora o processo de criação e implementação varie dependendo do porte e da natureza da empresa, há etapas fundamentais que podem ser seguidas para garantir que a estrutura organizacional seja eficaz e funcione bem no dia a dia.
Passo 1: Diagnóstico organizacional
Antes de criar ou alterar o organograma, é fundamental entender como sua organização funciona atualmente. A análise de como as equipes estão estruturadas e como elas interagem entre si pode fornecer insights valiosos.
- Avaliação de funções e responsabilidades: Liste todas as funções existentes na empresa, desde os cargos de liderança até os cargos operacionais. Quais são as responsabilidades de cada função? Quais são os departamentos ou equipes em que essas funções estão inseridas? Como as equipes interagem?
- Identificação de sobrecarga ou lacunas: Observe se há sobrecarga de responsabilidades em algum cargo ou se algumas funções estão subutilizadas. Isso ajudará a otimizar as funções e a melhorar a eficiência.
- Entendimento dos fluxos de trabalho: Quais são os principais processos que a empresa realiza e como as equipes se conectam ao longo desses processos?
Passo 2: Definição de objetivos
Com base no diagnóstico, é hora de definir quais são os objetivos para a nova estrutura organizacional. Algumas perguntas-chave a serem feitas incluem:
- O que você espera alcançar com a mudança? Maior eficiência, melhor comunicação, crescimento, inovação?
- Há necessidade de uma hierarquia mais clara ou mais flexibilidade na organização?
- A empresa está se preparando para expandir? Ou está ajustando-se à nova realidade (ex. home office, equipes menores)?
Esses objetivos ajudarão a guiar a escolha do modelo de organograma a ser implementado (vertical, horizontal, matricial, etc.) e determinarão como as funções serão distribuídas.
Passo 3: Escolha do modelo de organograma
Com os objetivos definidos, você pode escolher o modelo de organograma que melhor se adapta à sua empresa. Como mencionado anteriormente, há várias opções, incluindo a estrutura hierárquica, horizontal, matricial, entre outras. Essa escolha impactará diretamente como as equipes serão organizadas e como as responsabilidades serão distribuídas.
- Modelo vertical (Hierárquico): Se sua empresa tem muitas funções bem definidas e precisa de um controle mais centralizado, o modelo vertical pode ser o mais adequado.
- Modelo horizontal: Para empresas menores ou que incentivam maior autonomia entre os departamentos, o modelo horizontal pode ser ideal, proporcionando menos barreiras hierárquicas e maior colaboração.
- Modelo matricial: Em empresas que trabalham com vários projetos simultaneamente, como consultorias e empresas de TI, um modelo matricial pode ser o mais eficaz, pois permite que as equipes trabalhem sob diferentes lideranças e projetos.
- Modelo em rede: Para empresas que trabalham com muitos freelancers, profissionais autônomos e por projetos sob demanda, pois permite alocação de mão de obra específica e qualificada de acordo com a necessidade.
Passo 4: Desenvolvimento do organograma
Agora que você tem uma visão clara das necessidades da sua empresa e do modelo de organograma, é hora de mapear a estrutura. Utilize ferramentas gráficas, como diagramas ou softwares específicos, para criar a representação visual. Algumas ferramentas online são ótimas para isso.
No entanto, para um exemplo mais simples e acessível, você pode começar com uma planilha do Excel ou Google Sheets para mapear a estrutura e os cargos. Aqui está um exemplo de como você pode estruturar essas informações em uma planilha.
Exemplo de planilha para organograma
Suponha que sua empresa tenha 3 departamentos principais: Marketing, Vendas e Tecnologia. Cada departamento terá um gerente e uma equipe.
Estrutura da Planilha:
Cargo | Nome | Departamento | Superior hierárquico | Responsabilidades principais |
CEO | João Silva | – | – | Responsável pela estratégia geral da empresa |
Diretor de marketing | Maria Oliveira | Marketing | CEO | Planejamento estratégico de marketing, supervisão de campanhas |
Analista de marketing | Ana Costa | Marketing | Diretor de Marketing | Execução de campanhas, criação de conteúdo |
Diretor de vendas | Pedro Souza | Vendas | CEO | Supervisão das vendas, definição de metas |
Executivo de vendas | Carla Gomes | Vendas | Diretor de Vendas | Venda direta, atendimento ao cliente |
CTO | Ricardo Lima | Tecnologia | CEO | Responsável pela tecnologia, desenvolvimento de produtos |
Desenvolvedor | José Almeida | Tecnologia | CTO | Desenvolvimento de sistemas, manutenção de software |
Como preencher a planilha:
- Cargo: Descreva a função ou título do cargo dentro da organização.
- Nome: Coloque o nome do colaborador responsável pelo cargo.
- Departamento: Identifique o departamento ao qual o cargo pertence.
- Superior hierárquico: Indique o cargo ou pessoa para quem o colaborador reporta.
- Responsabilidades principais: Liste as principais responsabilidades de cada cargo.
Esse é um modelo inicial que pode ser expandido conforme necessário. Ao criar esse mapeamento, você estará definindo de maneira clara a estrutura da empresa e as relações de autoridade.
Passo 5: Testar e ajustar o organograma
Após criar a primeira versão do organograma, é importante realizar testes. Como a estrutura impacta os fluxos de trabalho? Existem áreas com redundância de funções ou com falta de recursos? Testar a estrutura permitirá que você identifique quaisquer pontos fracos ou áreas de melhoria.
- Obtenha feedback de líderes e colaboradores: Envolva os gestores e membros-chave de cada departamento para validar o organograma.
- Simule fluxos de trabalho: Crie simulações ou cenários para ver como as equipes irão interagir dentro da nova estrutura.
- Revise e ajuste: Com base no feedback e nos testes, refine o organograma até chegar à versão final.
Passo 6: Comunicação e implementação
Com o organograma definido e testado, é hora de comunicar a mudança para a empresa. Uma boa comunicação é essencial para garantir que todos os colaboradores compreendam a nova estrutura e saibam suas responsabilidades.
- Apresente o organograma de forma clara e visual: Utilize o organograma gráfico em apresentações, newsletters ou outras formas de comunicação interna.
- Realize reuniões: Envolva os líderes de equipe e demais colaboradores para explicar como a nova estrutura vai beneficiar a empresa.
- Treinamentos: Se necessário, ofereça treinamentos para garantir que todos compreendam suas novas responsabilidades ou qualquer novo processo implementado pela nova estrutura.
Passo 7: Monitoramento e ajustes contínuos
A estrutura organizacional não é algo que deve ser fixo; ela deve ser revisada regularmente, especialmente conforme a empresa cresce ou enfrenta mudanças externas.
- Ajustes periódicos: À medida que a empresa cresce ou muda de direção, o organograma pode precisar ser ajustado. Isso pode incluir a criação de novos departamentos ou a redistribuição de responsabilidades.
- Solicite feedback contínuo: Tenha canais abertos para que os colaboradores possam fornecer feedback sobre a eficácia da estrutura.
- Tecnologia de apoio: Use ferramentas de gerenciamento de projetos e comunicação para facilitar o acompanhamento da estrutura e garantir que as equipes possam colaborar de forma eficaz.
Conclusão
Um organograma bem estruturado é uma ferramenta essencial para garantir o bom funcionamento e o crescimento saudável de uma empresa. Ao definir claramente as hierarquias, os departamentos e as responsabilidades, você contribui para uma comunicação mais eficaz, maior transparência e melhor distribuição de tarefas.
A chave para a eficiência organizacional está em encontrar um equilíbrio entre a formalidade e a flexibilidade, ajustando a estrutura conforme as necessidades do negócio.
Construir um organograma eficiente não é apenas sobre criar um diagrama bonito; é sobre estabelecer um sistema que favoreça a colaboração, a produtividade e a inovação dentro da organização.
Com uma base sólida, sua empresa estará bem posicionada para crescer e prosperar, independentemente dos desafios que possam surgir ao longo do caminho.
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