Você está empregado, mas está pensando em mudar, participou de um processo seletivo em uma empresa na qual gostaria muito de trabalhar e foi aprovado. Agora, resta realizar o passo a passo do processo de admissão de funcionários e dar o aviso prévio ao seu atual empregador. Na hora de avisar o seu atual gestor sobre o seu desligamento, você recebe uma contraproposta. Então você se pergunta: “e agora? Devo considerar uma contraproposta?”
Saiba que a contraproposta é uma prática muito comum no mercado e pode ser financeiramente tão atrativo quanto ou ainda mais do que a proposta da nova empresa, mas há alguns aspectos que devem ser considerados antes de decidir!
Nesse conteúdo, vamos entender mais sobre a contraproposta, como geralmente acontece e os cuidados que os profissionais devem ter ao considerá-la. Boa leitura!
O que é a contraproposta?
A contraproposta é uma proposta que a empresa oferece ao colaborador que comunica sua demissão para que ele continue fazendo parte do quadro funcional e não vá para outra organização.
Geralmente, é uma oferta salarial que iguala ou até mesmo ultrapassa o valor da proposta na nova organização em que o profissional foi aprovado, podendo vir acompanhada promoções e aumento de benefícios.
Em alguns casos, a contraproposta pode ser somente uma promessa de elegibilidade para as próximas mudanças que a empresa está prevendo.
Por que a contraproposta acontece?
Nem sempre as empresas estão preparadas para a saída de um bom profissional. Essa demissão causa desfalque na equipe e atraso nas entregas. Até que a reposição seja feita, os demais membros da equipe ficam sobrecarregados e desmotivados.
Para evitar esse transtorno, o gestor faz a contraproposta com o intuito de retardar ou evitar a saída desse talento.
Os dois lados dessa atitude
Como geralmente a empresa é pega de surpresa quando um colaborador pede demissão, a contraproposta usualmente acontece por uma de duas razões: a primeira é que realmente o profissional é muito bom e a empresa falhou por não realizar um acompanhamento mais próximo de sua evolução e, por isso, deseja reverter a situação colocando em prática um plano de carreira para o talento.
O segundo motivo é que a empresa não está pronta para a saída do funcionário e oferece a contraproposta para reter o profissional durante o tempo necessário, até que seja contratada uma nova pessoa para substituí-lo.
Além disso, é muito mais econômico aumentar o valor do salário, do que buscar no mercado um novo talento para desenvolver e integrar o time.
Os riscos da contraproposta
Mesmo com toda a felicidade e motivação que o profissional está sentindo por ser escolhido para atuar em uma nova oportunidade, quando lhe é feita uma contraproposta, o processo de mudança não é tão fácil e uma movimentação que era quase certa é colocada na balança, pois, agora, o indivíduo passa a se sentir valorizado com as palavras dos gestores, que ressaltam a importância do profissional, “massageiam o ego” e falam dos planos de carreira que existiam para o indivíduo.
Então, antes de aceitar uma contraproposta, conheça alguns riscos que ela pode trazer:
Quebra de confiança
Nem sempre a empresa está disposta a “perdoar imediatamente” o fato de o colaborador ter cogitado sair da organização, muito menos ter participado e sido aprovado em outro um processo seletivo.
Infelizmente, muitas empresas ainda carregam um sentimento pessoal e de “propriedade” sobre o funcionário, o que aumenta a possibilidade de ressentimentos pelos gestores.
Ademais, caso a empresa futuramente precise decidir entre você e outro profissional para uma promoção, um investimento em treinamento e desenvolvimento ou uma viagem para representar a organização, seu nome provavelmente não será tão cotado, afinal você quase abandonou o barco.
Por isso, caso você seja surpreendido com uma contraproposta, antes de aceitar, faça uma análise de sua trajetória dentro da organização e reflita se vale à pena. Aceitá-la pode ser uma decisão focada em um ganho de curto prazo.
Afeta a reputação profissional
Não importa o motivo da contraproposta, ao aceitar, o profissional fica taxado como aquele que pode sair a qualquer momento da empresa.
Também afeta sua credibilidade no mercado de trabalho. Tanto a empresa que iria contratar o profissional quanto empresas de Executive Search ou consultorias de headhunters podem ver uma incoerência nas atitudes do profissional, deixando de incluí-lo em novos processos seletivos.
Os problemas continuarão existindo
Mesmo com o aumento salarial e os novos benefícios é importante que o colaborador saiba os motivos que o fizeram buscar outra empresa. Muitas vezes, as dores que o profissional sentia não são remediadas por uma contraproposta e ele voltará a pensar sobre os seus objetivos, assim como fez anteriormente, e o levaram a buscar uma mudança.
Portanto, analisar friamente as dificuldades do emprego atual é fundamental no processo decisório. Caso isso seja ignorado e você aceite a contraproposta, daqui a algum tempo poderá se ver participando de um novo processo seletivo.
Reconhecimento
Precisou que você chegasse ao ponto de praticamente sair da empresa para te valorizarem. Se estão oferecendo um aumento ou melhoria nos benefícios, por que não fizeram isso antes?
Será que isso não cria um precedente também que outras movimentações internas serão decisões reativas da empresa para evitar medidas drásticas de sua saída ou da saída de outros colaboradores?
É importante refletir sobre a sua trajetória e contribuição na empresa e dos meios de reciprocidade que a organização poderia tê-lo recompensado para se perguntar o porquê da valorização tardia.
Orçamento
Mesmo que você consiga um aumento salarial, pode ser que agora você esteja no limite ou acima da faixa salarial para o seu cargo dentro da empresa, o que significa que você pode ter ficado muito caro para a posição e o escopo que realiza. Se este for o caso, é provável que você seja um dos primeiros na lista de corte quando a empresa fizer desligamentos.
Dicas para considerar ou não uma contraproposta
Após conhecer os perigos de aceitar uma contraproposta, saiba que existem dicas para negociar a oferta e minimizar os transtornos.
Exerça a comunicação
Analise a situação da empresa e peça feedback ao gestor sobre quais são suas chances de promoção antes de falar sobre o surgimento da nova oportunidade. Não faça leilão da sua carreira.
Respeite a hierarquia
Não ache que procurar o diretor da empresa para falar sobre sua trajetória vai ajudá-lo a conseguir um aumento ou promoção. Ao contrário, essa atitude pode prejudicar sua imagem perante a equipe e sua liderança. Respeite a hierarquia e converse primeiro com seu líder imediato.
Seja claro e objetivo
Converse com a liderança sobre as dificuldades enfrentadas no dia a dia e pontue sobre as insatisfações e o que deve ser melhorado. Apresente possíveis soluções e formas nas quais você poderá auxiliar nesse processo.
Caso a conversa não seja produtiva e não apresente os resultados esperados, passe a considerar a hipótese de buscar uma nova oportunidade de trabalho.
Seja flexível
Caso tenha interesse em permanecer na empresa e queira conversar sobre um aumento ou promoção, esteja disposto a ouvir e fazer concessões, caso seja necessário.
Afinal, a flexibilidade é uma soft skill muito solicitada no mercado de trabalho e conta pontos em uma negociação, de modo que seja um “ganha-ganha” para todos.
Não fale sobre números
Ao seguir as dicas acima, você não precisará falar sobre valores. Deixe para a empresa a responsabilidade de fazer uma proposta.
Dessa forma, você fica com a sensação de dever cumprido e não fecha as portas, caso a organização não consiga atingir suas expectativas.
Então, o que fazer no caso de uma contraproposta?
A contraproposta pode ser usada de forma positiva ou negativa. Ao mesmo tempo em que o profissional se sente valorizado pela empresa atual, pode estar apenas sendo “enrolado” até que a organização encontre um novo talento para substituí-lo.
É importante estar atento a essas armadilhas, e, se o colaborador tem afinidade com a cultura organizacional, ama o que faz, mas acredita que precisa ser mais valorizado, pode seguir as dicas e tentar buscar essa valorização por meios direcionados e serenos, sem leiloar sua carreira.
Se, após essa leitura, você perceber que precisa se tornar protagonista da própria carreira, siga a Sim Carreira nas redes sociais (Facebook, Instagram, LinkedIn e YouTube) e inicie essa jornada rumo ao conhecimento e ao sucesso!
CEO de Empresa de Recrutamento e Seleção e Headhunter Especializado